Atualizada às 13h23min

O prefeito de Rio Grande, Alexandre Lindenmeyer (PT) anunciou nesta quinta-feira (31) a renovação do decreto sobre a intervenção do Hospital Santa Casa de Rio Grande. Segundo o gestor, caso a administração da mantenedora do hospital possibilite a entrada de novos associados, autorização para a formação de um novo conselho que represente a comunidade e tenha o acompanhamento dos gestores de saúde da região, é possível que a intervenção acabe antes do prazo de um ano da prorrogação.

“Se conseguirmos esse quadro poderemos, antes desse prazo, realizar a transmissão da Associação para a sociedade civil organizada através de uma nova entidade”, afirmou o prefeito.

O município assumiu a administração do hospital no dia 1º de abril de 2015 para dar continuidade à prestação dos serviços hospitalares. A intervenção foi necessária para que o governo do Estado repassasse o dinheiro referente aos atendimentos hospitalares e ambulatoriais, já que a antiga administração não vinha cumprindo o contrato, podendo acarretar no cancelamento de recursos do Sistema ùnico de Saúde (SUS).

O impasse em relação a Santa Casa de Rio Grande começou no início de 2015, quando a instituição fechou uma ala de 42 leitos e suspendeu os atendimentos pelo SUS da traumatologia, cardiologia, neurologia, buco-maxilo-facil e oncologia por falta de condições financeiras. A direção da entidade na época alegou que o governo do Estado não repassou um valor de R$ 7,8 milhões, o que tornaria inviável a continuidade desses serviços.

Após diversos problemas com a antiga direção, a prefeitura de Rio Grande determinou o estado de calamidade no SUS e a intervenção na administração do Hospital.

O superintendente da Santa Casa, Jeferson Alonso, ressaltou que a decisão do Executivo requer coragem. "Hoje a Santa Casa não estaria atendendo se não fosse todo o apoio e luta da prefeitura em prol da Associação nesse último ano”.

Relembre
Um balanço preliminar feito em abril de 2015, com base em documentos, apontou um déficit de R$ 22 milhões relativo ao ano de 2014. A intervenção foi validada por um ano e com renavação por igual período. Além disso, garantiu os 1,8 mil postos de trabalho e a permanência das referências nas especialidades de média e alta complexidade: cardiologia/cirurgia, cirurgia vascular, neurologia, traumatologia, cardiologia, buco-maxilo-facial, oncologia, todos os atendimentos do SUS, e na manutenção dos servidores. A corrida agora é para retomar rapidamente estes serviços.

No início deste mês, a Santa Casa enfrentou mais uma paralisação das atividades por parte de servidores. A instituição contraiu um empréstimo de R$ 10 milhões, a ser pago em 84 vezes, e conseguiu colocar em dia a folha de pagamento dos funcionários, segundo informou a prefeitura, além de pagar fornecedores. Em fevereiro o hospital recebeu R$ 2,3 milhões do governo do Estado e este mês, R$ 740 mil.